


História da Dança do Ventre
Origens
DANÇA DO VENTRE OU “RAKS EL SHARK"
"É a dança das várias sensações, onde uma vida é gerada da luz que aquece e brilha pela energia Kundalini”
Bianca Campagnoli
Há indícios que a Dança do Ventre tenha surgido há mais ou menos oito mil anos a.C. É um ritual feminino de vida e fertilidade; Feminino pela qualidade de poder conceber outro ser dentro de si, e através disso renascer.
Originou-se no Antigo Egito, e segundo historiadores era dançada pelas sacerdotisas em rituais, dentro do templo por devoção à Iastet, também conhecida por Ísis (deusa representada pela lua),. A cerimônia era de abertura para o plano espiritual, o cosmo, por meio de cânticos e danças. Os passos executados narravam histórias dos deuses, representavam os quatro elementos (terra, água, ar e fogo), homenageavam a fertilidade da terra e o próprio ventre. Há homenagens aos animais (camelo, cavalo, serpente, etc.). O principal animal homenageado é a serpente, pela simbologia, seu desprendimento cíclico da pele, significa morte e renascimento (morte do velho para dar lugar ao novo, representando os ciclos da vida; puberdade, maternidade, etc.)
A energia Kundalini é representada por uma serpente em forma de oito engolindo a própria cauda.
Com a invasão árabe no Egito a dança foi dissipada para vários lugares, através das viagens dos mercadores árabes, e com todo esse comércio que houve em cima da dança, sua integridade ritualística foi um pouco perdida tornando-se ocidentalizada.
É importante lembrar que a dança do ventre é de origem ritualística e tem um peso cultural muito grande de uma Terapia Oriental que tem sentido de equilíbrio energético e deve ser respeitada sem deixar cair na vulgaridade.

SIMBOLISMO
Dentro da dança do ventre são utilizados vários simbolismos, principalmente formas geométricas. Cada símbolo possui um significado e a bailarina pode desenhá-los utilizando algumas partes do corpo ( mãos, braços, pernas, quadris, peito e cabeça) e acessórios (véu, taças, bastão/bengala, fitas, etc) .
Estes símbolos se orginam de uma época em que não só a dança do ventre, mas a maioria das danças eram ritualísticas e serviam para explicar os mistérios da vida e do universo. Dançar não era somente uma maneira de divertir-se ou entreter, mas sim uma forma de iniciação aos mistérios sagrados. Ela continha movimentos que representavam formas geométricas, animais, elementos da natureza, estações do ano, ou seja, tudo que estivesse relacionado às transformações da vida e do universo era representado através da dança.
OITO
O símbolo do infinito, representado pelo número oito deitado, é o mais utilizado na dança do ventre. Ele significa tudo aquilo que é infinito, eterno, que não tem um começo ou um final pré-definido, representa também a imortalidade da alma (nascimento à morte, morte ao renascimento), o equilíbrio perfeito do ritmo eterno do corpo e do espírito, a evolução do ser. É um símbolo que pode ser desenhado inúmeras vezes sem retirar o lápis do papel. Pode aparecer como uma serpente que morde sua própria cauda.
CÍRCULO
Diferente do oito que representa o infinito, o círulo representa proteção, renovação, estabilidade, começo, meio e fim. Podemos observar um círculo nas estações do ano, através da Terra que gira em torno do sol e o passar das horas, onde ela gira em torno de si mesma. Representa a união dos elementos da natureza, o céu, o sol, o equilíbrio e também o olho fechado de Deus.
TRIÂNGULO
O Triângulo Equilátero (possui todos os lados iguais) simboliza os ternários ou tríades sagradas, conceito comum à maioria das religiões, representando a tríade sagrada (pai, filho e espírito santo) e também harmonia, perfeição e sabedoria.
QUADRADO
Representa firmeza, organização, solidez, sobriedade, repouso, passividade, estrutura, estabilidade, ordem, pensamento analítico, precisão, cálculo, perfeição matemática, noção de espaço, etc.
Kundalini e a Serpente

O Principal Animal Homenagiado na Dança do Ventre é a Serpente
Pela sua simbologia, seu desprendimento cíclico da pela , significa morte e renascimento, representando os ciclos da vida.
A SERPENTE NÃO PRECISA SER EXPOSTA DURANTE A DANÇA, POIS A DANÇARINA DEVE REPRESENTAR UMA SERPENTE! Há vertentes que dizem, o animal contra a sua vontade, é exposto e de certa forma obrigado no ato da dança.
kundalini é o poder do desejo puro dentro de nós, é a energia de nossa alma, de nossa consciência. Kundalini é a nossa emanação do infinito, a energia do cosmos dentro de cada um de nós. Como nossa energia criativa, ela pode ser imaginada como uma serpente enroscada adormecida na base de nossa coluna. Uma energia adormecida dentro de nós que se desperta, expande nossa consciência. Kundalini é a potencialidade de que todos nós somos capazes.
E quando nós despertamos a nossa Kundalini, nós nos tornamos cônscios de nossas capacidades criativas, de nossa finitude diante do infinito. A kundalini torna possível a nós, seres humanos com identidades finitas, relacionarmos com nossas identidades infinitas. E nós tornamos isto possível quando o nosso sistema glandular é ativado e nosso sistema nervoso forte e estes são combinados para se criar um movimento ou fluxo no flúido espinhal e uma sensitividade nas terminações nervosas. Nestas condições, o cérebro recebe os sinais e os integra.
Como resultado, toda nossa percepção se expande numa tremenda claridade. Percebemos os efeitos e os impactos de uma ação antes dela acontecer. Adquirimos o poder da escolha de agir ou não. A consciência nos dá esta escolha e a escolha nos dá liberdade. Quando conseguimos um fluxo constante da Kundalini, é como se estivéssemos nos despertando de um longo cochilo, deixamos de viver numa realidade imaginária e nos tornamos compromissados com os nossos propósitos e metas aproveitando muito mais os prazeres da vida.
O nosso sistema foi construído para sustentar o despertar da energia Kundalini, restanos saber se estamos usando-a em toda extensão desta potencialidade. O fluxo da Kundalini é liberado a partir do Chakra do umbigo e sobe até o chakra corôa acima do topo da cabeça; aí a energia começa a descer passando pelos chakras até a base de nossa coluna. Depois de alcançar o chakra raiz, ela volta para o centro do umbigo.
A ascensão da energia é o caminho para a liberação. É chegar à percepção de que a realidade de Deus está dentro de cada um de nós. A ascensão da Kundalini é o desenroscar da consciência Deus, o testemunho da realidade do poder ilimitado que é a essência de nossas almas.
A descida da kundalini é o caminho da manifestação. Os chakras se abrem nesta descida. E assim que os chakras se abrem, a nossa essência é consolidada em nosso carater, nossos dons são integrados em nossos comportamentos e ações. Nossos talentos se tornam uma parte prática em nossas vidas. O que nos referimos como manifestação aqui são as "vibrações" que é uma tradução aproximada do termo sânscrito Chaitanya. Chaitanya (vibrações) é a força integrada de nosso ser fisiológico, mental, emocional e religioso." Portanto a descida da energia Kundalini simboliza esse despertar de nosso potencial e nos traz a consciência de Deus para todas as nossas atividades cotidianas.
A iluminação, ou auto-realização é conquistada quando o ciclo de ascensão e descida, se completa. Auto-realização é o nosso primeiro encontro com a Realidade. O despertar da Grande Mãe dentro de nós, que a partir de então, irá cuidar de nós, nos dando toda proteção que precisamos. A kundalini nos cura, nos melhora e nos confere todas as bênçãos. Ela varre para fora de nossa realidade todas as nossas preocupações dos níveis mais grotescos.